domingo, 3 de julho de 2011

Minha experiência no Serviço de Saúde do Exército Brasileiro.

Este é o pavilhão central do Hospital Central do Exército,  parte mais antiga do hospital, onde, atualmente, funcionam os setores administrativos, inclusive o gabinete da direção.




Prédio do Bloco de Agudos do hospital. Construção mais recente, onde ficam as enfermarias dos pacientes internados.


           O HCE é um dos hospitais nos quais eu trabalho. É o maior e mais complexo hospital do Exército Brasileiro. Trabalho lá desde 2007. Estou no Exército desde 2004, ano em que prestei concurso para o quadro de oficiais de saúde do Exército. 
          Fiz a Escola de Saúde do Exército ( EsSEx ), localizada na mesma rua onde fica o hospital, no bairro de Benfica, zona norte do Rio de Janeiro. De março de 2004 a novembro de 2004, cursei a EsSEx, com instruções militares teóricas e práticas. Pra quem vem das faculdades de medicina, é um curso "ralado", principalmente na questão de preparo físico. Os sedentários e os indisciplinados costumam sofrer um pouco. Como tudo na vida, tem aspectos positivos e negativos. No final do curso, eu passei a ser  1º Tenente Médico.
        O médico pode ir  pro Exército por diferentes maneiras.  A primeira é através do serviço militar obrigatório, após terminada a faculdade. A segunda é como médico militar voluntário. A terceira é através de concurso público,seja como militar, civil ou residência. A quarta é por contrato. Todo ano tem prova pra Escola de Saúde. No meu ano, haviam médicos, dentistas e farmacêuticos.
      Quando termina o curso, o novo oficial pode ir trabalhar em qualquer lugar do país. Eu, por exemplo, fui para Tefé, no Amazonas. Cheguei em lá dezembro de 2004.
      Ficava no Posto Médico da 16ª Brigada de Infantaria de Selva. Prestamos apoio médico a várias atividades militares, desde solenidades a  missões de patrulhamo na Floresta Amazônica, além de assistência a população de índios .
      Tive a oportunidade de trabalhar também no Hospital Regional de Tefé. Como médico, fiz de tudo um pouco. Este negócio de dizer: " só atendo a minha especialidade " não funciona muito bem em áreas carentes. Tem que atender de tudo. Clínica Médica, Pediatria, Obstetrícia, Cirurgia Geral. Pra se ter uma idéia , até parto de cesariana eu fiz. Assustador? Não. Sinceramente, não. Se você fez uma boa faculdade, se dedicou, estudou, praticou, dá pra fazer sim. Mesmo como ortopedista.
      No mapa, a cidade de Tefé aparece. Fica a oeste da capital Manaus, à beira do Rio Solimões, nome que se dá ao Rio Amazonas em seu percurso inicial.
       Fiquei ainda quatro meses à disposição do Hospital de Guarnição de Tabatinga, também no Amazonas, na cidade de Tabatinga, que faz fronteira com a cidade de Letícia, na Colômbia.
       Fiquei na Amazônia nos anos de dezembro de 2004 a novembro de 2006. Foi uma das melhores experiências que já tive. 
        E não foi só trabalho e selva. Ás vezes, pegava um avião pra Manaus pra ver prédio, trânsito, fumaça de carro...
        Dá pra ir ao Caribe e América Central a bons preços. Fiz uma viagem muito bacana à Isla Marguerita, na Venezuela e surfei no Panamá.
        Em 2007, voltei ao Rio De Janeiro. Cheguei ao HCE. Fui para a Subseção de Traumato-ortopedia do hospital, onde estou até hoje. Ao longo destes anos, tive várias experiências, boas e ruins. A maioria boas. O serviço é puxado, mas dá pra se aprimorar muito. Nós trabalhamos na emergência, ambulatório, enfermaria, Centro Cirúrgico Ortopédico, o CCO ( contamos com nosso próprio centro cirúrgico ). Também fazemos perícias e pareceres a pacientes, internados ou não. Atualmente, existe uma Pós-Graduação em Ortopedia e Traumatologia no HCE.
          Na Ortopedia, nós atendemos de tudo, mas eu vejo mais a parte de joelho. No HCE, faço o ambulatório da subespecialidade e cirurgias de artroscopia, reconstrução ligamentar,  osteotomia e artroplastia de joelho.
         Em dezembro de 2010, fui promovido ao posto de capitão. Estou mais envolvido com os Jogos Militares Mundiais e estou cursando a EsAO, Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais, curso que os capitães recém-promovidos precisam fazer para, mais adiante, alcançarem a patente de major.
         Dedico esta postagem a todos os profissionais militares e civis que trabalharam e trabalham comigo no Exército Brasileiro, de todas as armas, quadros e setores. Um abraço a todos e fiquem com Deus!

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